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VALOR EXATO – O Empreendedorismo Feminino
O tema da seção Valor Exato de 16 de janeiro de 2020 trata de aspectos que cercam a presença da mulher no mercado de trabalho, enquanto responsável por uma atividade produtiva. A importância do tema se deve ao seu caráter estratégico para a redução da desigualdade de renda do País. Como sabido, a mulher com a mesma qualificação do que um homem recebe em média um salário menor no território nacional!
Em termos de empreendedorismo, as evidências são levantadas de acordo com as pesquisas das ocupações das pessoas no mercado de trabalho. As ocupações referentes às atividades empreendedoras têm duas formas: 1. Empregador(a); 2. Trabalho por Conta Própria. As demais ocupações monitoradas pelas instituições de pesquisa (IBGE) são os trabalhos com ou sem carteira nos setores privados e público; o trabalho doméstico e o trabalho familiar auxiliar. Todos esses apresentam alguma forma de vínculo empregatício.
Em se tratando das atividades empreendedoras (empregadores e trabalho por conta própria) a participação da mulher era de aproximadamente 30% nas atividades estabelecidas no ano de 2002. Essa participação cresceu e atingiu 42% em 2017 segundo a Pesquisa do Relatório GEM (Global Entrepreneurship Monitor)[1]. A participação dos homens, por sua vez, caiu de 70% nas atividades empreendedoras caiu para 58%.
Apesar dessa mudança, a grande maioria das atividades realizadas pelas mulheres é derivada de tarefas domésticas. Quando se compara o grau de escolaridade dos empreendedores, a formação das mulheres é superior a dos homens, mas apesar dessa evidência, os rendimentos não são melhores.
No país, também se registra uma gama de vulnerabilidades do sexo feminino, como: maiores taxas de desemprego com relação aos homens, contratos de trabalho de baixa duração, participação reduzida nas ocupações em cargos gerenciais, seguido de uma difícil progressão na carreira.
As mulheres empreendedoras também estão mais presentes no empreendedorismo por necessidade do que os homens. Isso significa que os empreendimentos não planejados podem conter um grau maior de risco ou vulnerabilidade. A aproximação ou conhecimento da atividade rotineira oferece inicialmente um grau de segurança ao empreendedor. Contudo, essa segurança pode se transformar em vulnerabilidade devido as dificuldades em superar as barreiras, devido a carências de gestão ou organização do negócio.
As atividades iniciadas por necessidade podem ser concebidas de forma impulsiva e com conhecimentos prévios relativos ao produto ou serviço, mas não relativo ao mercado. A desocupação é o principal motivo para o empreendedorismo por necessidade. Isso leva, muitas vezes, a um empreendimento desestruturado, com baixo tempo de funcionamento e encerramento prematuro.
Refletir sobre a condição feminina no mercado tem a mesma dimensão da composição da população brasileira: 48,3% Homens e 51,7% Mulheres!
Sobre o Núcleo de Economia ACISC
O Núcleo de Economia da ACISC foi elaborado em convênio com o Núcleo de Conjuntura, Finanças e Empreendedorismo do Departamento de Economia da UNESP Araraquara, sob a coordenação do Prof. Dr. Elton Eustáquio Casagrande e supervisão do Presidente da ACISC, José Fernando Domingues.
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[1] GEM, Global Entreneurship Monitor. GEM 2018. Curitiba, IBQP, 2019.