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Valor Exato: Mudanças recentes e padrões de consumo
A Figura 1 apresenta os principais vetores de mudanças recentes com influências na organização econômica – social. Ao refletir sobre essas mudanças, é natural perguntar o que acontecerá com o padrão de consumo atual e como os segmentos produtivos se adaptarão.
A lógica do movimento começa com o crescimento demográfico, que produz uma demanda por áreas territoriais e melhor aproveitamento do espaço urbano. O aumento da urbanização é um fato para o Brasil nos próximos anos. Se aliarmos a essa tendência a concentração de renda podemos intuir que o compartilhamento de serviços, produtos e o reaproveitamento de itens de consumo duráveis terão maior importância na cesta de consumo de grande parte da população.
Os serviços públicos relacionados a mobilidade, saúde, educação e, de maneira geral, infraestrutura terão maior demanda. As atividades produtivas do setor privado conectadas a essas cadeias de serviços e produtos também encontrarão novas oportunidades, tanto para completar os serviços públicos quanto para concorrer.
A demanda do setor urbano por novas áreas coincide com a demanda agroindustrial pela expansão de fronteiras agrícolas. A produção e exploração em áreas de florestas nativas podem causar danos irreparáveis à vantagem comparativa climática do Brasil e, portanto, afetar negativamente o agronegócio. As diversas classes ou formas de poluição demandam gastos para o tratamento e recuperação de áreas e podem reduzir a produtividade do campo.
Figura 1 – Vetores de Grandes Mudanças
A janela de oportunidade nessa área refere-se aos investimentos ainda mais intensivos em tecnologia em toda cadeia agropecuária e agroindustrial. Tais janelas favorecem as profissões intensivas em conhecimento e que também demandam serviços e bens de consumo especializados, como laboratórios, novos materiais e equipamentos para a formação e desenvolvimento profissional.
Por outro lado, as inovações com elevado conteúdo tecnológico produzem o efeito de sucatear a produção local em segmentos que não realizam investimentos, tanto em capital humano quanto em ativos tangíveis e intangíveis necessários. Com as alterações no mercado de trabalho e a redefinição do contexto salarial de curto prazo a sociedade passa a se preocupar mais com a seguridade social. Tais mudanças levam a população a revisar suas decisões de consumo presente e isso abre espaço para produtos e serviços financeiros com características previdenciárias.
Tal movimento combinado com o baixo investimento da indústria poderá leva-la à oferta de produtos com características inferiores aos produtos importados. O mercado para produtos inferiores, naturalmente é o mercado de baixa renda.
No plano empresarial essas mudanças ganham importância empírica quando o empresário faz a reflexão sobre o seu atual modelo de negócio. É crucial refletir e antecipar as mudanças que virão e quando isso não for tão perceptível o importante será a disposição para se adaptar!
Sobre
O Informativo Econômico ACISC é elaborado pelo Núcleo de Economia da ACISC em convênio com o Núcleo de Conjuntura, Finanças e Empreendedorismo do Departamento de Economia da UNESP Araraquara, sob a coordenação do Prof. Dr. Elton Eustáquio Casagrande e supervisão do Presidente da ACISC José Fernando Domingues.