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VALOR EXATO ACISC: Comércio Exterior e o Desenvolvimento
No século XX o processo de substituição das importações formou o parque industrial brasileiro. A constituição de um consenso baseado no Estado, Setor Privado e Multinacionais foi responsável pelas taxas de crescimento econômico exuberantes.
Nos últimos 20 anos, a capacidade de produzir, exportar e importar tem sofrido os efeitos do comportamento da taxa de câmbio. A taxa de câmbio constitui um preço internacional. E sua força não deve ser ignorada.
Com uma taxa de câmbio apreciada na maioria dos anos das duas últimas décadas, os brasileiros puderam importar produtos e adquirir serviços turísticos do exterior a um preço acessível. Com o Real forte, descobriu-se como os bens nacionais são custosos e os preços elevados.
Por outro lado, também descobriu-se que a produtividade do trabalho é decisiva, a exemplo da capacidade empresarial, como insumo crucial ao desenvolvimento das atividades produtivas e ao emprego e renda nacional.
A sociedade entendeu que moeda forte é poder de compra elevado. Mas, o efeito do câmbio apreciado levou a exportação de empregos. Indústrias fecharam as portas e seguiram o caminho das importações ao invés da produção local.
Para manter as importações é necessário que o País tenha a moeda internacional entrando no “caixa do Banco Central”. Isto significa que as exportações brasileiras devem ocorrer. Para tal, é necessário capacidade de competição no comércio exterior e nesse quesito praticamente as empresas de Petróleo e Gás, Mineração e o Agronegócio é que se sobressaíram.
No presente, melhor dizendo neste momento, a taxa de cambio a R$ 5,90 favorece as exportações. A taxa também encarece as importações e o processo produtivo que tem incorporado mais e mais bens importados na produção de bens nacionais.
Logo, o resultado é uma ambiguidade: é oportuno exportar e não é oportuno importar. Então há um aumento do custo de produção de materiais importados. O custo tem sido contrabalançado com o barateamento do trabalho.
Por outro lado, o preço dos bens finais está caindo, se for observado a taxa de inflação. O efeito que ocorre é aumento de custo e redução de preço. Essa ambiguidade está ainda leve na economia, mas se crescer e se tornar predominante pode causar a interrupção da produção.
O controle da ambiguidade é a taxa de juros. Quanto mais baixa, maior a saída de capitais e maior a depreciação do Real. Por outro lado, juros baixos oferecem uma oportunidade de economia orçamentária ao Governo Federal. Pois, os gastos com os juros da dívida pública caem!
Na política econômica, a questão dos juros não é ambiguidade, mas dilema. E os resultados para a atividade econômica são as ambiguidades. Produzir ou não será um dilema!
A saída já foi dada pelo Governo: atrasos dos tributos. Mas e os gastos com a Saúde deverão continuar, pois aqui não há dilema. Mas o financiamento será as custas dos demais itens orçamentários.