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INFORMATIVO ECONÔMICO ACISC
Elton Eustáquio Casagrande – Economista.
O funcionamento dos fluxos da economia real tem causado restrições ao circuito de crédito. O setor financeiro já tem sofrido os efeitos dos seus papéis marcados no mercado. Os papéis do sistema bancário já sofreram desvalorização.
Outros ativos mantidos pelos Bancos deverão a sofrer os efeitos da redução das vendas das empresas do setor real e o valor dos ativos. A súbita interrupção dos fluxos pode travar os bancos.
Outra questão importante é o grau de informalidade da economia. Grande parte da economia existe fora das relações oficiais e não utilizam os bancos e não recolhem tributos. A informalidade de um lado e a interrupção do fluxo comercial de venda de produtos e de serviços estão causando efeitos devastadores sobre a capacidade de liquidação entre crédito e débitos.
As empresas que podem manter o fluxo da Folha de Pagamento, aluguéis e o financiamento da Folha pelo Governo Federal com os recursos emergenciais irão garantir um pouco o ritma da economia.
De outro lado existe o financiamento dos Tributos Federais. Finalmente, o Banco Central terá de financiar o sistema bancário através da aquisição de parte de seus Portfólios. Iremos assistir um elo entre a Autoridade Monetária e o Tesouro Nacional.
Há necessidade urgente do Estado brasileiro de atuar junto ao financiamento do setor bancário, favorecer no futuro próximo a concentração bancária e tornar o Tesouro Nacional “sócio” do sistema bancário. Isto porque o contribuinte não poderá pagar toda esta conta!
O sistema financeiro nacional tem atuado dentro das normas nacionais e internacionais de Risco. O Banco Central já está “aliviando” as exigências quanto as garantias junto aos Bancos para manterem sua atividade. Mas um emprestador de última instância – Banco Central e a ação coordenada com o Tesouro Nacional deverão favorecer a resistência do sistema.
Enquanto isso os empresários e suas equipes devem organizar uma estrutura de Gestão da Crise. Isto significa:
- Aproveitar as medidas do Governo para priorizar o que será financiado pelas linhas de crédito emergenciais e Tributos;
- Estabelecer uma conexão direta com o mercado consumidor dentro das normas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde;
- Avaliar as melhorias que podem ser feitas para atuar com menor dispêndio de energia, inclusive a mental;
- Ter clareza de que chegamos até aqui seguindo um caminho. Em pouco tempo teremos de criar alternativas para dar continuidade ou reinventar as atividades econômicas. Nem sempre tentar manter o que se alcançou permite a travessia em momentos difíceis;
- Avaliar diariamente as contas à pagar e à receber estabelecendo as prioridades que favoreceriam a “reabertura do negócio no próximo ciclo”. Esta avaliação é totalmente subjetiva e cada empresário deve rever suas prioridades. A prioridade é o hoje! Não há como avaliar ou prever o que será a economia daqui uma semana.
Há uma certeza em nosso sistema: o Banco Central, o Tesouro Nacional, o Governo de modo geral, o Congresso e o Judiciário estão ganhando maior sintonia e entendimento para propor as decisões. Quem sofre primeiro acaba aprendendo mais rápido. Neste quesito se os Governantes não tiverem compromisso com a sociedade acabam percebendo a gravidade da situação tardiamente.
O esforço deve ser bem coordenado e alinhado com a garantia de nossa saúde neste momento.