No ano de 2020, marco temporal da “pandemia”, os desligamentos no mercado de trabalho atingiram 15.815.297 de indivíduos. Em 2021, auge da pandemia, os desligamentos foram de 18.165.236. Em 2022, o total foi de 20.714.457 e 21.813.488 em 2023!
Em várias oportunidades neste Informativo, alertamos para o crescimento dos desligamentos nas regiões brasileiras. Em termos econômicos, muitos são os fatores responsáveis por este aspecto no mercado formal de trabalho.
O estoque de trabalhadores tem crescido ano a ano, apesar de a variação dos desligamentos ter sido maior do que a variação das admissões, como ocorreu em 2023. Logo, o crescimento do estoque de trabalhadores, com menor ritmo das admissões e maior dos desligamentos demonstra que, para a expansão mais consistente das oportunidades de trabalho, é necessário aumentar os investimentos produtivos
O baixo nível de investimentos é a principal razão para os desligamentos, segundo nossa hipótese. O setor empresarial está ciente de que a expansão do emprego não vai “decolar” a partir do consumo das famílias, exclusivamente.
A organização das contas públicas, investimentos em mobilidade e infraestrutura, ações sociais com financiamento à fundo perdido nas áreas de vulnerabilidade das cidades são formas políticas comprovadas pelas evidências internacionais.
Na cidade de São Carlos, os desligamentos em 2023 foram de 39.803; no ano anterior, 2022, havia sido de 38.334. Em 2021, ainda sob fortes condições da pandemia, o total de desligamentos estava em níveis bem mais baixos, ou seja, em 33.292. Finalmente, o número de 2020 foi de 25.929.
No Brasil, os desligamentos entre 2023 e 2020 aumentaram em 37,9%. Em São Carlos, o aumento percentual foi de 53,5%!
Isso significaria que a capacidade de investimentos privados na cidade está sendo limitada pela política econômica nacional? Em que medida a qualidade dos serviços públicos local influencia os investimentos privados?
Lideranças empresariais que possam compreender e enfrentar os desafios do mundo do trabalho terão uma importância decisiva na qualidade da formulação das políticas públicas.
(Redação: Elton Casagrande)