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Perspectivas dos empregos formais e não formais
INFORMATIVO ECONÔMICO ACISC – 27 de fevereiro de 2023
A Taxa de Desemprego e o Comportamento do Emprego Formal: o que esperar?
A Tabela 1 apresenta a evolução da taxa de desemprego no Brasil para o período que precede a pandemia, quarto trimestre de 2019, e o dado mais recente de 2022. A taxa de desemprego sintetiza o quadro econômico, mas não pode ser utilizada exclusivamente para a avaliação da política econômica.
O que é importante da série abaixo é a redução da taxa de desemprego, o que significa que mais pessoas que procuraram por uma atividade remunerada, encontraram uma ocupação. Dentre o conceito de ocupação, existem as estatísticas formais e informais para: 1) Empregados do setor privado; 2) Empregados do setor público; 3) Trabalho doméstico; 4) Empregadores; 5) Trabalho por conta própria. Para os itens 4 e 5 se incluem as atividades com e sem o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ).
Quando as ocupações são exercidas na forma de vínculo empregatício, entende-se que há trabalhadores nos setores público, privado e no trabalho doméstico, com ou sem carteira de trabalho. Quando as ocupações são exercidas por empresários ou através do trabalho por conta própria, nesses casos essas podem ser com ou sem CNPJ.
O governo federal eleito começa seu ciclo com uma taxa de desemprego de 8,1%. Ao final de 2018, a taxa de desemprego era de 11,6%, portanto, bem maior do que a mais recente. A diferença para o governo atual é se haverá outro choque seja, na forma de pandemia ou ainda de crise internacional mais severa.
No período de 2019 a 2022, além da pandemia ocorreram um choque de energia e a invasão da Ucrânia pelo Governo da Rússia, que resultou em escassez de insumos e componentes! A redução do desemprego nesse período, cria expectativas positivas para o presente.
TABELA 1 – PERÍODO E TAXA DE DESEMPREGO
NO BRASIL
Na região Sudeste a taxa de desemprego caiu de 13,1% no terceiro trimestre de 2021 para 8,7% no mesmo trimestre de 2022 (dados mais recentes do IBGE). O Estado de São Paulo apresentou comportamento similar ao Sudeste. A taxa era de 13,4% no terceiro trimestre de 2021 e caiu para 8,6% no mesmo trimestre de 2022.
O governo atual enfrenta um momento presente bastante diferente do que foi caracterizado pelo último quadriênio. Talvez, esse seja o maior fantasma, pois com as mudanças institucionais ocorridas na regulação do trabalho, o crescimento da atividade produtiva depende mais da criação de oportunidades. Isso exige uma coerência e consistência bem elevada da equipe de governo.
Estatísticas para o emprego formal, ao contrário da medida do desemprego, existem para as cidades brasileiras. No início de 2020, quando o novo cadastro geral de empregados e desempregados se inicia, o total de vínculos formais para o Brasil, Sudeste, Estado de São Paulo e cidade de São Carlos está apresentado na Tabela 2, com os dados mais recentes para essas mesmas regiões.
TABELA 2 – EMPREGO FORMAL EM REGIÕES SELECIONADAS
REGIÕES |
2020 |
2022 |
Var. % |
Brasil |
38.206.163 |
42.716.337 |
11,8% |
Sudeste |
19.871.418 |
21.929.999 |
10,4% |
Est. São Paulo |
11.963.075 |
13.197.605 |
10,3% |
São Carlos |
72.136 |
81.056 |
12,4% |
Fonte: Programa de Disseminação das Estatísticas do Trabalho, PDET. |
Em todas as regiões selecionadas, os vínculos de trabalho cresceram e a cidade de São Carlos apresentou a maior taxa porcentual de crescimento. A cidade também deverá apresentar melhor desempenho se o quadro da política econômica se materializar de forma mais coerente e consistente.
Nos últimos quatro anos, a política foi a adversária da economia, mas os resultados em termos de trabalho foram positivos. É de se esperar, naturalmente, uma melhora dos rendimentos dos brasileiros uma melhor condição para o desenvolvimento de empreendedores e trabalhadores.
Talvez o que assuste ao novo governo seja a dificuldade de melhorar um resultado sem tantas crises internacionais. Por isso, a coerência e a consistência das políticas deverão ser as melhores.