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Mulheres no Mercado de Trabalho
Por Núcleo de Economia da ACISC
A condição da mulher no mercado de trabalho brasileiro para ser bem compreendida requer um amplo entendimento sobre os aspectos: familiar - cultural, social e econômico. Os mais variados entendimentos têm conduzido a uma conclusão, ou seja, de que a desigualdade de rendimentos, preconceito e tratamento assimétrico com relação aos homens ainda permanece.
O assunto, sob a perspectiva econômica do mercado de trabalho, está baseado nos dados do Programa de Disseminação de Estatísticas do Trabalho – PDET do Ministério da Economia. Os números expressam muitas diferenças dos mercados locais e regionais, que não podem ser interpretados sem uma profunda e cuidadosa investigação. Os números para o Brasil e a cidade de São Carlos permitem ao leitor estabelecer sua própria investigação.
As diferenças nesses dois níveis geográficos mostram uma realidade que justifica a desigualdade e o tratamento assimétrico entre homens e mulheres. O período analisado é o ano de 2021 para os três níveis geográficos. Com isso, pode-se observar correlações que venham favorecer ou incentivar estudos mais detalhados.
Ao final de dezembro do ano passado, o estoque de trabalhadores com vínculos formais no registro do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados era de 41.289.692. Ao longo do ano foram admitidos 12.421.189 homens e 8.278.613 mulheres. No mesmo período foram desligados 10.976.343 homens e 6.922.862 mulheres.
O saldo de admissões sobre desligamentos para os homens foi de 1.444.846 e de 1.285.751 para mulheres. Em termos quantitativos, para o Brasil há três aspectos:
1) O número de Mulheres admitidas no ano de 2021 no Brasil representou 66% do total de homens admitidos.
2) O número de Mulheres demitidas no ano de 2021 representou 63,4% dos homens desligados.
3) O saldo de admitidos sobre desligados para as mulheres representou 89% dos homens.
A conclusão é: mais homens admitidos ao longo do ano; menos mulheres desligadas no mesmo período; o saldo para as mulheres ficou abaixo dos homens.
Em São Carlos os números são os seguintes:
- 22.935 admissões de homens e 14.805 de mulheres;
- 1.995 homens desligados e 1.274 mulheres desligadas;
- O saldo de admitidos sobre desligados para homens proporcionou um crescimento de 2.845 novos postos de trabalho. Para as mulheres o saldo foi menor, ou seja, de 2.199.
Em termos quantitativos, para São Carlos, os três aspectos a exemplo do que foi apontado para o Brasil são:
- O número de Mulheres admitidas no ano de 2021 em São Carlos representou 64% do total de homens admitidos.
- O número de Mulheres demitidas no ano de 2021 representou 63,8% dos homens desligados.
- O saldo de admitidos sobre desligados para as mulheres representou 77% dos homens.
A conclusão é: mais homens admitidos ao longo do ano de 2021; menos mulheres desligadas no mesmo período; o saldo para as mulheres ficou abaixo para dos homens em São Carlos.
A diferença significativa entre as evidências do território nacional para São Carlos é o saldo, pois para o Brasil o saldo foi melhor do que o saldo registrado para São Carlos. Dessa forma, é possível levantar a hipótese de que, os ajustes no mercado de trabalho prejudicam mais as mulheres do que os homens quando há flutuações na demanda ou dificuldades com a oferta agregada.
Políticas públicas e empresariais são sempre necessárias para regular o comportamento no mercado de trabalho. Nesse tópico, tanto o setor público quanto o privado precisam revisar conceitos e práticas para que as mulheres tenham tantas oportunidades quanto os homens no mercado de trabalho.