Os saldos do emprego formal no mês de dezembro são historicamente negativos, ou seja, o número de desligamentos supera o número das admissões. Para o Brasil, o saldo negativo foi de -430.159 vínculos. Em dezembro de 2023, o saldo negativo havia sido de -455.715.
Com a mudança na política econômica do novo governo, havia uma expectativa de um saldo muito menos negativo para dezembro último. Contudo, como registrado já na “Black Friday” de 2023, os gastos de consumo não estavam crescendo.
A região Sudeste foi responsável pela redução de -220.928 vínculos formais, o que correspondeu a 51,3% da redução do emprego do Brasil! O estado de São Paulo, por sua vez, registrou redução de -163.937 postos de trabalho. Portanto, o estado paulista foi responsável por 74% da redução dos vínculos do Sudeste.
Os resultados demonstram que a política e o planejamento econômico devem observar melhor seus instrumentos de incentivos devido aos efeitos negativos sobre a produção, renda e arrecadação tributária.
A estagnação dos investimentos desde 2002, sobretudo industriais, criou uma distância tecnológica muito grande para com a indústria dos países desenvolvidos, inclusive, mais recentemente com a China.
Em São Carlos, os resultados no mês de dezembro também foram de redução de postos de trabalho. A queda foi de 1.130 vínculos, devido a 2.417 admitidos e 3.547 desligados. O setor de serviços registrou redução de 802 postos, seguido pela indústria com 192; a construção civil teve saldo negativo de 131; o setor da agropecuária registrou o menor saldo negativo, -22. E o comércio, como esperado, apresentou saldo positivo de 17 novos postos de trabalho.
Quando tratamos das reduções, as quantidades de pessoas desligadas com relação às admitidas não constitui o único efeito para a economia local. Deve ser levado em conta também, os rendimentos médios que afetados.
Com essa perspectiva, a intenção de consumo perde força, ainda mais no início do ano com as obrigações com impostos e gastos com a “volta às aulas”. Isso significa que ocorre um deslocamento de gastos de bens duráveis para não duráveis e, no contexto psicológico do consumo, um adiamento das decisões que envolvam maiores valores agregados de bens e de serviços.
A Nova Política Industrial poderá aquecer a economia e fortalecer ao longo de 2024 os registros formais de trabalho. Quanto maior a seguridade dos vínculos de trabalho, como os vínculos formais, maior a estabilidade dos gastos de consumo e do mercado nacional.
(Redação: Elton Casagrande)