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Informativo Econômico ACISC n. 8

ERRATA. No dia de 02/07 informamos que o emprego formal, ou seja, aquele de carteira assinada havia aumentado em mais de 4.000 postos de trabalho para o mês de maio de 2019 na cidade de São Carlos. Aconteceu que ao extrairmos os dados do Cadastro Geral do Emprego e Desemprego (CAGED do Ministério do Trabalho) selecionamos os movimentos de admissões e demissões, que somados alcançaram o número de 4.216. O correto, que fazemos rotineiramente, é selecionar o saldo de movimentos (total de admissões menos o total das demissões). Os dados corrigidos estão nas Tabelas 1 e 2. 

O emprego formal da cidade de São Carlos apresentou redução de 60 postos de trabalho no mês de maio. As datas comemorativas dos meses de maio e junho (Dia das Mães e dos Namorados) podem ser reivindicadas como fatores positivos e que atenuaram a queda do emprego. Isso porque as encomendas do comércio varejista junto tanto à indústria quanto ao comércio atacadista ocorrem com antecedência e favorecem as contratações de trabalho permanente ou temporário. 

A Construção Civil foi o único setor que contratou mais do que demitiu em São Carlos, enquanto todos os demais setores demitiram mais que contrataram. A Agropecuária permaneceu estável, situação que se repete desde o mês de fevereiro deste ano. Essa rotatividade (admissões e demissões) do emprego é normal, e o emprego formal da cidade só poderá expandir consideravelmente se os investimentos produtivos empresariais acontecerem, tanto dentro das empresas já estabelecidas quanto na criação de novos empreendimentos.

Na Tabela 2 o total de demissões e admissões atingiu 4.216 movimentações. Em termos líquidos, houve redução de 60 postos de trabalho na cidade.

Na Região Administrativa Central do Estado, região a qual pertence a cidade de São Carlos e outros 25 municípios, o emprego formal cresceu em 4.473 postos de trabalho. (Regiões Administrativas são regiões que agrupam cidades próximas segundo a metodologia do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A Agropecuária aumentou em 4.309 postos de trabalhos na região, enquanto os setores de Serviços e Indústria criaram 321 e 96 postos respectivamente. Os setores da Construção Civil e Comércio da Região reduziram em 127 e 126 os postos de trabalho, respectivamente. 

Segundo o Jornal Valor Econômico na Edição de 28 de junho de 2019, o emprego formal cresceu em 642 mil postos de trabalho em 3.307 cidades nos últimos cinco anos (2014 – 2018). Essas cidades possuem população de até 50 mil habitantes em sua grande maioria. Tal movimento reduziu o impacto da destruição de 2,5 milhões de postos de trabalho registrados nas outras 2.207 cidades brasileiras. O setor de serviços foi líder na criação de empregos nas cidades que tiveram o emprego em alta.

No comércio externo o Brasil registrou superávit comercial de US$ 5,019 bilhões em junho e no acumulado do ano tem superávit comercial com o Resto do Mundo. Mas, as projeções do PIB recuaram para 0,81% em 2019 de acordo com as estimativas do Banco Central do Brasil. Na contramão, o Índice de Confiança Empresarial medido pela FGV do Rio de Janeiro subiu discretamente em junho, o que aponta estabilidade das expectativas e não retomada da atividade econômica.

Se as medidas de emprego são importantes pelas quantidades de pessoas ocupadas devemos considerar também os rendimentos médios das ocupações econômicas. Segundo o Banco Central do Brasil os desempregados por tempo prolongado ganham 13,5% menos do que os desocupados de menor duração. Os desocupados de menos de um ano são considerados de curta duração e de dois ou mais são classificados em média e longa duração. Tal evidência acirra o conflito distributivo e acaba por reduzir as chances de crescimento econômico. Afinal, se a renda das pessoas não cresce, ao contrário diminuí, a demanda de mercado não se altera e o PIB também não reage. 

  Os fatores que estão inibindo o aumento das ocupações no mercado de trabalho são mais políticos do que setoriais ou concorrenciais. O que está para ser descoberto é: dentro de uma situação de normalidade da política (harmonia entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário) como estaria a capacidade de crescimento da economia brasileira? 


Sobre
O Informativo Econômico ACISC é elaborado pelo Núcleo de Economia da ACISC em convênio com o Núcleo de Conjuntura, Finanças e Empreendedorismo do Departamento de Economia da UNESP Araraquara, sob a coordenação do Prof. Dr. Elton Eustáquio Casagrande e supervisão do Presidente da ACISC José Fernando Domingues.

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