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 Informativo Econômico ACISC nº 27 - Expectativas de Mercado

As expectativas de mercado são baseadas em indicadores produzidos por pesquisas qualitativas e/ou quantitativas de instituições governamentais ou de classe. Por exemplo, a Federação do Comércio do Estado de São Paulo produz mensalmente indicadores relativos à confiança de famílias, consumidores e de empresários. O IBGE produz indicadores de emprego, desempenho do comércio, serviços, indústria e agricultura.

Com base nesses indicadores os agentes de mercado, sejam eles dos setores produtivo ou financeiro, estabelecem crenças quanto aos valores futuros para cada um desses indicadores.

O intuito é formar um cenário plausível para tomar decisões no presente com efeitos importantes no futuro próximo, denominado de curto prazo ou de médio prazo. Para as análises conjunturais o curto prazo corresponde a um cenário até dois anos e o de médio prazo de dois a dez anos.

Os prazos são definidos pelo grau de interferência que uma política econômica é capaz de produzir ao longo do tempo. Sem exceção políticas fiscais, monetária, cambiais ou de rendas (distributivas) tem a capacidade de interferir nas decisões dos agentes econômicos até em dez anos. Essa mensuração é feita com recursos de estatísticas avançadas.

No aspecto conjuntural o Banco Central do Brasil publica semanalmente  o “Boletim Focus”. As variáveis coletadas semanalmente atualizam valores esperados para o presente imediato do ano de 2019 e as projeções até 2022.

A metodologia da publicação informa os valores assinalados pelos entrevistados há quatro semanas, da semana anterior e do dia da publicação. Na sequência o informativo apresenta as mesmas projeções até 2022 com os valores registrados no passado para as mesmas variáveis e com os valores atuais. Dessa forma, é possível acompanhar as correções feitas pelo mercado para o comportamento das variáveis.

Na publicação do dia 14 de novembro o IPCA, que mede a inflação, foi ajustado para cima, ou seja, de 3,26 para 3,31%. No dia 14/11 os agentes econômicos já esperam uma inflação anual de 3,33%.  A taxa de crescimento do PIB anual também foi elevada de 0,88 para 0,92% e assim permanece, a exemplo da taxa de câmbio, cuja cotação esperada era de R$4,00 por dólar há quatro semanas e tal valor foi mantido na publicação do dia 14.

O mercado também espera um resultado melhor para o superávit primário do governo. Há quatro semanas as expectativas do mercado apontavam para um déficit primário (receita menos despesa do governo sem os juros) de 1,39%. Na publicação da semana passada o porcentual recuou para 1,20%.

Os porcentuais podem ter variações muito discretas, mas apontam para tendências muito importantes e sinalizam cenários esperados para os setores produtivo e financeiro. Com base nesses cenários é que empresas fazem projeções de consumo, de investimento e de tendências do comércio exterior.

O aprendizado do uso sistemático desses indicadores favorece a tomada de decisões em negócios, não importa a dimensão. Valores esperados para o dólar, por exemplo, indicam se as importações de bens de consumo podem aumentar ou cair. As expectativas para o superávit primário do Governo demonstram (des)confiança na Política Econômica. E as expectativas de inflação sinalizam para a reputação no Governo e seu comprometimento com a estabilidade econômica.

O conjunto dos indicadores, por sua vez, permite a visão que está sendo trabalhada pelo conjunto dos Ministérios e a interação entre os Poderes.

O Informativo Econômico ACISC é elaborado pelo Núcleo de Economia da ACISC, em convênio com o Núcleo de Conjuntura, Finanças e Empreendedorismo do Departamento de Economia da UNESP Araraquara, sob a coordenação do Prof. Dr. Elton Eustáquio Casagrande e supervisão do Presidente da ACISC José Fernando Domingues.

 

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