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Informativo Econômico ACISC n. 10
O dia do comerciante ou empresário do comércio é um reconhecimento por grandes movimentos que a troca de bens promoveu em escala mundial desde as primeiras civilizações, como registra e conta a História.
Ao comércio e ao comerciante são atribuídos movimentos dinâmicos que partilharam descobertas e motivaram a busca por descobrimentos. Em Amsterdã, no século XVII, por exemplo, foram criadas as primeiras sociedades anônimas, a primeira bolsa de valores e que tornaram a cidade um importante centro econômico e capital mundial do comércio.
A dinâmica da Revolução Industrial, a partir de 1760, corroborou para a organização do sistema monetário internacional conhecido como o Padrão Ouro. Sob regras estáveis para o comércio, a superação do bimetalismo e a definição do grau de pureza das moedas cunhadas em ouro, os comerciantes e navegantes levaram a uma expansão sem precedentes das nações industrializadas, como Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos etc.
Aspirações e a necessidades de formação de grandes blocos econômicos como o bloco da União Europeia no início dos anos 1990 facilitaram a mobilidade de pessoas e de mercadorias. Conta a história econômica que as práticas e procedimentos na esfera comercial foram em todas as épocas mais avançadas que as de outros setores econômico e social.
Se a indústria promovia inovações, não o fazia sem a incorporação das descobertas comerciais de produtos encontrados nas mais diversas culturas que, em muitos casos, superavam o conhecimento europeu.
Tratar do dia do comerciante é muito mais do que comemorar o seu papel diante das atividades econômicas. Significa reconhecer a formação de ideais e de uma visão de sociedade cosmopolita.
No Brasil, a história do Barão de Mauá se confunde com o desenvolvimento do comércio. A atividade comercial era uma das poucas carreiras que permitia a ascensão social, ao lado da posse de terra e do emprego no serviço público. É através do aprendizado e crescimento enquanto comerciante que Mauá alcança uma condição singular de empresário na História do Brasil.
A industrialização brasileira nos anos de 1900 não poderia ser exitosa sem a atividade comercial. Em sintonia com os novos padrões de desenvolvimento através da industrialização que cresceu a partir da Primeira grande Guerra Mundial o comércio também se organizou.
Em 1938, quando os comerciantes paulistas substituíam a mercadoria vendida a granel por produtos embalados e a tradicional caderneta pelo cheque e pelo crediário, foi fundada a Federação do Comércio do Estado de São Paulo, atual Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em fevereiro de 1931 foi fundada a ACISC, com objetivo de representar os interesses do setor e contribuir para a sua modernização constante.
No momento presente, o Mercado de Capitais conta com a presença de grandes empresas do setor de comércio que distribuem dividendos. São 424 empresas listadas na Bolsa de Valores [B]3 e desse total mais de 40 empresas pertencem ao setor de Comércio e Consumo.
A capilaridade do setor de Comércio pelo Brasil é o que sustenta o desenvolvimento do setor industrial. A linha de frente do comércio varejista junto ao consumidor permite identificar e transmitir as principais modificações de comportamento e necessidades.
Em termos de conjuntura, o cenário para o Comércio Varejista continua desafiador. A Tabela 1 apresenta a evolução das quantidades vendidas do comércio no Brasil, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE.
As variações porcentuais são discretas para a grande maioria dos Estados brasileiros e também para o Estado de São Paulo. Há um aspecto relevante dessas variações para o Estado paulista.
Os indicadores do Comércio para abril e maio mostram variações positivas em 2019 e também com relação aos mesmos meses do ano de 2018. Para os últimos 12 meses, a variação positiva é ainda mais expressiva.
O desempenho das vendas depende não só das expectativas, mas também do aumento dos rendimentos, tanto das empresas do setor como do conjunto da economia. O setor do Comércio está conectado às demais atividades produtivas, que por sua vez, aguardam muitas definições no marco regulatório brasileiro que tem sido discutido pelo Congresso Nacional.
Sobre
O Informativo Econômico ACISC é elaborado pelo Núcleo de Economia da ACISC em convênio com o Núcleo de Conjuntura, Finanças e Empreendedorismo do Departamento de Economia da UNESP Araraquara, sob a coordenação do Prof. Dr. Elton Eustáquio Casagrande e supervisão do Presidente da ACISC José Fernando Domingues.