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INFORMATIVO ECONÔMICO ACISC – 25 de maio
Conjuntura e Projeções
A publicação do relatório “Focus” do Banco Central do Brasil, em 21 de maio, apresentou um quadro de indicadores de preços e produção com alguns resultados favoráveis aos negócios e outros não tão favoráveis.
A expectativa de mercado para o Produto Interno Bruto melhorou com relação às previsões do mês de abril e do relatório de 14 de maio recente. É esperado que o crescimento do PIB atinja 3,52% ao final deste ano. A projeção de abril para o PIB era de 3,09%.
A melhora discreta de crescimento está baseada nos planos de dispêndios de consumidores e de produção das empresas para 2021. O resultado do relatório aponta para recuperação da atividade, depois de uma queda de 4,1% do PIB no ano de 2020.
A recuperação do crescimento do Produto é importante para reduzir dois outros problemas da macroeconomia brasileira: 1) A taxa de desemprego; 2) A taxa da população for a da força de trabalho.
Na avaliação mais recente da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar, a taxa de desemprego no Brasil foi de 14,4% da força de trabalho no período de dezembro de 2020 a fevereiro de 2021.
A população fora da força de trabalho, que não está ocupada ou procurando emprego, aumentou de 65.937 milhões no período de dezembro a fevereiro de 2020 para 76.431 milhões no trimestre dezembro a fevereiro de 2021.
Isto significou a saída de 10.494 milhões de pessoas da força de trabalho. Esse contingente passou de 38,3% para 43,2% do total de pessoas em idade de trabalho. A recuperação do Produto Interno Bruto pode favorecer, mantida a trajetória de recuperação, o aumento da empregabilidade e da recriação de atividades empresariais.
Se o crescimento do Produto Interno é um aspecto positivo para a sociedade, a evolução dos preços em 2021 é um aspecto negativo. A inflação redistribui renda das classes menos favorecidas para as mais ricas e tal transferência afeta negativamente o poder de compra de grande parte da população brasileira.
A disparada do IGPM, esperado para fechar 2021 em 16,8% e o aumento do IPCA previsto para 5,36% no ano podem justificar a preocupação do Banco Central com a estabilidade de preços. Mas em uma conjuntura em recuperação discreta, o aumento do custo do dinheiro não favorece o ato produtivo.
Dessa forma, o mercado continua restrito, com pouco potencial para o crescimento do consumo das famílias. O Banco Central, mais preocupado com a inflação do que com o emprego, corrigiu com viés para cima a taxa de juros básica da economia.
Finalmente, os indicadores de comércio exterior e da taxa de câmbio sinalizam para a manutenção ou expansão do saldo da balança comercial. A expectativa quanto ao câmbio é que a taxa feche o ano em R$5,30 por dólar.
A taxa cambial depreciada já encareceu as importações e tem evitado a exportação de empregos, porque o custo de aquisição de bens finais de consumo se torna elevado em moeda nacional.
Os dados do emprego formal, que serão publicados pelo Ministério da Economia nos próximos dias, permitirão o fortalecimento das expectativas, caso tenha ocorrido criação de postos de trabalho no mês de abril. Os dados para São Carlos, com base no primeiro trimestre do ano, podem ser também positivos.
A expectativa é para o fechamento do primeiro semestre do ano com indícios de maiores consistências entre indicadores de produção industrial, volume de bens e serviços comercializados, rendimento médio da população e expectativa de consumidores. Essa consistência ainda não é observada no mapa econômico brasileiro.