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INFORMATIVO ECONÔMICO ACISC – 11 de janeiro
Expectativas e Pedidos de Seguro Desemprego
A atividade econômica nos setores da indústria, comércio, agropecuária, construção civil e serviços se recuperou ao longo do segundo semestre de 2020. As medidas de produção física nesses setores demonstram essa recuperação e que se traduziram na expansão do emprego com carteira assinada nos Estados brasileiros.
A recuperação do emprego formal foi um indicador relevante da atividade econômica, a exemplo do saldo da balança comercial brasileira para Estados e municípios.
A recuperação econômica no mercado formal, contudo, não foi forte suficiente para superar a perda de postos de trabalho no mercado informal. Com o volume menor de circulação de pessoas nos centros urbanos ao longo de 2020 e as medidas restritivas devido a pandemia no segundo semestre, a organização do trabalho informal foi afetada negativamente.
Por essa razão a taxa de desemprego tem aumentado mês a mês. Consumidores ao circularem menos nos centros urbanos e a utilização do comércio eletrônico criaram uma ruptura com a estrutura produtiva para segmentos com menor ou nenhuma possibilidade de se integrarem à economia digital.
No período de agosto a outubro de 2019 havia 64.860 milhões de pessoas fora da força de trabalho e a taxa de desemprego correspondia a 11,6%. Com a pandemia um enorme contingente deixou a força de trabalho. No período de maio a junho de 2020 o total de pessoas que não procuraram emprego atingiu 78.956 milhões e a taxa de desemprego atingiu 13,8%.
No trimestre seguinte, de julho a setembro de 2020, o contingente fora da força de trabalho caiu para 77.193 milhões e o desemprego subiu para 14,3%.
Em síntese, à medida que mais pessoas passarem a para a força de trabalho, mais a taxa de desemprego crescerá, a menos que, o mercado informal se comporte como antes da pandemia.
Por esta razão, a política de auxílio emergencial deveria ser prorrogada para o primeiro semestre de 2021, o que ofereceria estabilidade de rendimentos para um enorme contingente populacional.
Com a inflação em 4,23% prevista para 2020, a redução do Produto Interno Bruto prevista para -4,37% e a taxa de desemprego em 14,6% o desafio que se coloca para o país é a capacidade de recuperar rendimentos, mercados com inflação sob controle.
Segundo o Relatório Focus do Banco Central, publicado em 08 de janeiro, o IPCA esperado para 2021 com base em estimativas dos últimos cinco dias úteis deverá atingir 3,35%, portanto, menor do que a inflação em 2020.
O Produto Interno Bruto é estimado crescer em 3,41% o que poderá favorecer a economia informal. Finalmente, duas outras medidas importantes para a economia são a taxa Selic e a taxa de câmbio.
A taxa Selic está estimada para 3,25% o que resultará em uma taxa real de juros negativa em 2021. Quanto a taxa de câmbio, prevista para R$5,00 por dólar, que combinada com a inflação sob controle, manterá a depreciação e continuará a favorecer as exportações e inibir importações.
As medidas da economia real, como os pedidos de seguro-desemprego do mês de dezembro de 2020 quando comparado com dezembro de 2019 criam também boas perspectivas para a economia no futuro próximo.
O número de pedidos de seguro-desemprego nas três regiões observadas na Tabela 1 é menor em 2020 do que o registrado em 2019. Esse resultado só foi alcançado, diante da análise de conjuntura acima, devido as medidas de financiamento a micro e pequenas empresas, auxílio emergencial, suspensão de tributos e medidas similares tomadas por Estados e municípios.
Para São Carlos, a expansão do emprego formal até o mês de novembro de 2020, a redução dos pedidos de seguro de desemprego em dezembro e as vendas de final de ano permitiram renovar as expectativas. Tanto para a cidade como para as regiões brasileiras, o desafio para 2021 continua a ser o maior financiamento ao sistema de saúde, as políticas emergenciais, manutenção de políticas como merenda escolar (Direito Garantido na pandemia) poderá reduzir os efeitos negativos da crise.