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INFORMATIVO ECONÔMICO ACISC – 11 de agosto

A avaliação periódica das condições de geração ou destruição de riquezas está sendo feita pelos principais organismos nacionais e internacionais. O monitoramento e avaliação da capacidade produtiva utilizada da economia frente a capacidade instalada tem sido o principal indicador das condições econômicas.

A criação de riquezas se dá quando existe mobilização de pessoas em idade de trabalho em direção às atividades produtivas. A destruição ocorre quando os recursos são subutilizados e a taxa de desemprego cresce.

Existe uma lógica entre a taxa de mobilização ao trabalho (população economicamente ocupada) e crescimento vegetativo da população. Para que as condições materiais sejam alteradas positivamente, o grau de mobilização de recursos deve variar mais do que o crescimento populacional.

Uma outra condição necessária para o monitoramento é a comparação sistemática entre períodos como bimestres, trimestres etc. Certamente, o ano anterior é sempre uma base importante de comparação. Contudo, no caso da pandemia neste ano, as comparações dentro de 2020 tem um papel mais importante para estabelecer uma tendência.

Na avaliação do Instituto Brasileiro de Economia – IBRE da Fundação Getúlio Vargas o trimestre abril – maio – junho de 2020 apresentou a maior queda do Produto Interno dos últimos 40 anos. A economia brasileira encolheu 9% no trimestre que terminou em junho com relação ao primeiro trimestre de 2020.

A perspectiva, no entanto, para o início do segundo semestre, melhorou. O Instituto de pesquisa espera uma recuperação de cerca de 3,0% até o fim de 2020. Dessa forma, a retração do PIB não permaneceria em 9%, mas em 6,4%.

O setor de serviços é o principal atingido. Certamente, a indústria também tem sido afetada, mas áreas turísticas no Brasil representam uma cadeia produtiva muito importante e extensa, com oferta de ocupações de trabalho para várias faixas etárias.

Dado que os setores de comércio e serviços empregam cerca de 50% da mão de obra, é evidente que tem ocorrido um efeito multiplicador da redução de renda. No entanto, a reabertura desses segmentos pode reduzir o impacto da perda.

Mas, a magnitude do desemprego atual acabou gerando um contingente populacional fora da força de trabalho maior do que o contingente ocupado! O resultado tem sido o aumento do endividamento de consumidores e saques de poupança para fazer frente aos gastos. Com isso, quando um indivíduo recupera sua renda através do trabalho, acaba por recompor sua poupança, para somente depois iniciar um ciclo normal de consumo.

No quadro geral da demanda, começando com o setor externo da economia, é esperado que as importações caiam aproximadamente 15%. Em São Carlos esse comportamento foi constatado na primeira semana de agosto e está em sintonia com o comportamento da maioria das regiões brasileira.

As exportações não devem crescer mais do que 3% em 2020; gastos públicos estão previstos para crescer em 1%, mas o consumo das famílias deve cair 10% e os investimentos 14%.

Em termos setoriais a agropecuária e indústria extrativa devem crescer 2,3 e 13% mas esses são segmentos empresarias com perfil de rendimentos mais baixos do que a indústria, comércio e serviços. A indústria deve recuar 8% a construção civil no Brasil e o comércio e serviços juntos em 5,5%. Todas essas reduções devem ocorrem em termos de quantidades produzidas.

Com o risco baixo de inflação, a impressão de moeda, por exemplo, liquidando-se parte de títulos de dívida pública que vencem com emissão monetária, pode trazer um alívio à condição mais ampla da economia e de sua capacidade de resposta.

O Brasil deverá combinar a política monetária expansiva e fiscal como âncora, ou seja, voltar atenção para que não ocorra uma explosão do endividamento público. No período do entre Guerras Mundiais do século XX o desequilíbrio fiscal foi resolvido com emissão! O cuidado é não gerar um problema maior do que se está enfrentando.

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