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Estatísticas do Trabalho e o Comportamento do Mercado Formal
O movimento do emprego no mês de março traz algumas inquietações com relação ao primeiro quadrimestre do ano. Essas inquietações se referem a redução do volume de produção da indústria e de comercialização do comércio em fevereiro deste ano, com relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o IBGE.
A produção agrícola das 35 culturas observadas sistematicamente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola) aponta para expansão, segundo os dados do mês de janeiro deste ano com relação ao mesmo período do ano anterior. O setor de serviços, por sua vez, registrou também expansão, segundo o índice de volume de serviços prestados, com relação ao mesmo período do ano anterior.
O suposto “empate” com relação a expansão dos serviços e agricultura e a retração do comércio e da indústria/construção civil precisa ser considerado com maiores detalhes. A indústria, comércio e agricultura propagam efeitos multiplicadores para os setores que pertencem e para os demais. O setor de serviços, em geral, segue com um atraso às demandas dos demais setores.
Logo, é de se esperar que uma desaceleração da atividade econômica da indústria/construção civil e comércio possa estar em curso. Um fato importante é o comportamento dos serviços do segmento do “Turismo” que se recuperaram, segundo o IBGE.
Quanto aos dados do Programa de Disseminação Estatística, PDET do Ministério do Trabalho, verifica-se que no mês de março ocorreu a criação de +136.189 novos postos ou vínculo de trabalho no território nacional.
A Tabela 1 apresenta os registros do saldo e do estoque total de trabalhadores para o mês de março dos anos de 2020 a 2022. Os números demonstram que o total de admitidos no mês de março de 2022 é o segundo maior dos últimos 12 meses. A evidência retratada quanto inquietações se justifica porque o saldo de novos postos de trabalho criados em março deste ano é menor do que o saldo de março de 2021 (Tabela 1).
TABELA 1 – SALDO DE POSTOS DE TRABALHO DO EMPREGO FORMAL
Período (mês de março) |
Saldo de Novos Postos de Trabalho |
Estoque de Trabalhadores |
2022 |
136.431 |
41.293.528 |
2021 |
153.431 |
38.722.215 |
2020 |
-295.121 |
38.141.476 |
Fonte: Programa de Disseminação Estatística de Emprego e Desemprego do Mte.
Entre as regiões do Brasil, o Sudeste foi responsável por 55% do saldo positivo de março deste ano com +75.804 novos postos de trabalho. Em segundo lugar está o Sul do país, com +33.601 novos postos, seguido pelas regiões de Centro-Oeste +20.262; Norte +9.357 e o Nordeste que registrou perda líquida de postos de trabalho, -4.963.
A cidade de São Carlos apresentou perda de -192 postos de trabalho. O setor que mais registrou retração do saldo foi a indústria, com a retração de -257; o comércio registrou -45 postos de trabalho e a agropecuária -20. As expansões de postos foram observadas no setor de serviços com +104 e construção civil, com +26.
O estoque de trabalhadores em São Carlos está em 79.180. Do total de 192 postos, 41 contratos são de trabalhadores temporários, todos do setor de serviços.
Na indústria da cidade, as maiores reduções ficaram para a Fabricação de Instrumentos Médicos e Odontológicos; Fabricação de Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos; Fabricação de Veículos, Reboques e Carrocerias; e, finalmente, a Fabricação de Compressores, Bombas e Equipamentos.
O saldo negativo em março 2022 é a sétima ocorrência desde o mês de janeiro de 2020 registrado na cidade. O número de -192 postos é também o menor com relação a todos as outras seis evidências.