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Comportamento do Mercado de Trabalho de São Carlos

Os efeitos recentes da pandemia são severos para o mercado de trabalho e para as expectativas de forma geral para o ano de 2020. A taxa de desemprego que estava em 11,2% no trimestre de novembro a janeiro de 2020, segundo a pesquisa PNAD (Pesquisa por Amostra Domiciliar do IBGE), passou para 12,6% no trimestre fevereiro – abril de 2020.

Tal crescimento de 1,4% na taxa de desemprego significou 898 mil perdas de postos de trabalho. O número de empregadores também diminui no período. No trimestre fevereiro a abril deste ano o número de empregadores (com e sem CNPJ) chegou a 4.201 milhões. Tal número quando comparado ao início de 2020 representa o encerramento de 226 mil atividades empregadoras.

Além do trabalho com e sem carteira nos setores público e privado há outras ocupações como trabalhadores domésticos, trabalhadores por conta própria (com e sem CNPJ) e trabalho familiar auxiliar.

As duas únicas ocupações que cresceram neste período foram no setor público e no trabalho por conta própria com CNPJ. (Para maiores detalhes e informações ver: (https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/9171-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-mensal.html?edicao=27774&t=destaques).

Na dimensão do trabalho formal, aquele com carteira de trabalho, o país registrou a redução de 763.232 postos de trabalho no período de janeiro até abril deste ano. Cerca de 29% das perdas de trabalho com Carteira ocorreram no Estado de São Paulo. No Estado tal redução foi de 160.822 postos formais.

São Carlos começou o ano de 2020 com 71.635 postos de trabalho formais de trabalho e a expectativa era positiva, pois na dimensão nacional também se comprovava a recuperação da atividade econômica.

No período de janeiro até abril ocorreram 8.438 admissões e 9.362 desligamentos na cidade. A diferença de 924 postos pode parecer pouco com relação as circunstâncias atuais. Contudo, nos meses de março e abril a queda do emprego formal foi de 1.788 postos.

O Comércio de São Carlos perdeu 784 postos entre janeiro e abril, com a grande maioria das reduções ocorridas nos meses de março e abril. A Indústria perdeu apenas 83 postos de trabalho. O setor de serviços perdeu 183 postos, mas em abril teve perdas de 548 vagas. Finalmente, a Construção Civil aumentou o emprego em 71 vagas no período e o mesmo ocorreu com a Agropecuária que aumentou em 55 os postos de trabalho.

O mercado de trabalho de São Carlos é formado, portanto, por 70.711 postos formais de trabalho; para cada trabalhador formal estima-se que exista 28% de informalidade nos setores privado, público e trabalho doméstico, com base nas estimativas da PNAD para o Estado de São Paulo. Logo, haveria aproximadamente 90.000 postos formais e informais de trabalho nos setores privado, público e de trabalhadores domésticos.

O número de empregadores (com e em CNPJ) e o trabalho por conta própria correspondem ambos a cerca de 13% da população do Estado de São Paulo segundo o IBGE. Aplicando a mesma lógica para São Carlos haveria mais 29.000 pessoas ocupadas.

O mercado de trabalho estimado para São Carlos, nas bases acima, seria de aproximadamente 119.000 pessoas com ocupação. 

O determinante da atividade econômica local depende de uma melhor sintonia da política de isolamento com aplicação adequada de regras para o favorecimento da mobilidade social. A isso deve ser acrescentado um esforço pedagógico dos setores públicos e privados com relação ao comportamento da população. Dada a dimensão desse mercado, é importante um disciplinamento contínuo e conjunto das autoridades públicas e dos líderes empresariais com relação ao comportamento da população na quarentena.

Alguns aspectos poderiam ser aprimorados. Por exemplo: 1) melhor atendimento da população junto a bancos e casas lotéricas; 2) higienização permanente da frota do transporte público; 3) melhor sincronismo de consumidores junto a estabelecimentos comerciais; 4) maior utilização de sistemas de entregas já disponibilizadas pelo comércio da cidade; e 5) uso efetivo e massivo da máscara que pode reduzir de fato os riscos de contágio.

O mercado de trabalho continuará a ser determinado pelas condições sanitárias. Por essa via é que os setores público e privado, conjuntamente, poderiam intensificar suas campanhas e ações coordenadas em busca de maior proteção na quarentena da população e de seus próprios negócios.

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