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Comportamento do Emprego e do Seguro Desemprego
INFORMATIVO ECONÔMICO ACISC
O acompanhamento atual da condição das ocupações no mercado de trabalho encontra-se prejudicada por dois motivos. O primeiro refere-se à adequação das empresas ao E-Social que acabou interrompendo a série histórica de divulgação para o mês de março de 2020. O segundo motivo refere-se a pandemia e a dificuldade de regularização por parte das empresas da situação ocupacional dos seus empregados no presente momento.
Uma maneira alternativa de observar o comportamento do mercado de trabalho e estabelecer algumas inferências é analisar os Pedidos de Seguro de Desemprego e as informações da Pesquisa por Amostra Domiciliar do IBGE para o primeiro trimestre de 2020.
Segundo o IBGE a população desocupada para o trimestre móvel (janeiro – março de 2020) aumentou em 1,2 milhão a mais do que a população que se encontrava desocupada no trimestre de outubro a dezembro de 2019. Contudo, o primeiro trimestre de 2020 foi melhor para o emprego do que o primeiro trimestre de 2019. Em 2020 registrou-se 537 mil pessoas a menos desocupadas no trimestre janeiro - março do que no primeiro trimestre do ano passado.
Segundo o IBGE a economia vinha em um ritmo um pouco melhor no primeiro trimestre deste ano, pois a taxa de informalidade foi reduzida para 40% da população com trabalho formal. No trimestre outubro a dezembro de 2019, esse porcentual era de 41% e de 40,8% para o primeiro trimestre de 2019.
Esses números devem ser ponderados devido a existência de outra condição. A população fora da força de trabalho (pessoas com idade para trabalhar e que não estão em busca de emprego) aumentou em aproximadamente 2,0 milhões com relação ao último trimestre de 2019.
Ao final do trimestre móvel o Brasil contava com 92,3 milhões de pessoas exercendo ocupações remuneradas, com rendimento médio de R$ 2.398,00, ou 1,1% maior do que o rendimento médio do quarto trimestre de 2019. Portanto, até a pandemia o cenário era discretamente melhor do que o mesmo período de 2019, mas o mercado de trabalho não se encontrava tão favorável.
Com a pandemia o cenário social e econômico começou a mudar e a rapidez da mudança dependerá de três fatores: 1. Curva de contágio; 2. Resistência financeira das empresas; 3. Valores monetários oriundos das políticas públicas e sua distribuição entre Estados e Municípios.
Segundo a Secretaria do Emprego do Ministério da Economia o número de Pedidos de Seguro de Desemprego em março de 2019 havia atingido 556.226; no mês de abril também de 2019 o número era de 612.909 mil. Logo, em 2020 o cenário mostrava melhorias em relação ao ano passado.
Contudo, em março deste ano ocorreram 536.845 pedidos, o que representou 11,1% a mais do que o número de pedidos do mês de fevereiro de 2020, que havia registrado 483.145.
Tudo indica que o ajuste ocorrerá com maior força ao longo do mês maio, pois o uso das férias coletivas, redução e suspensão dos contratos de trabalho atrasaram as possíveis decisões de demissão.
A economia local, neste momento, passa a depender dos fluxos de renda que ainda estão mantidos, como aqueles oriundos das instâncias do funcionalismo municipal, estadual e federal. Logo, os aportes e transferências da União e a política de emissão monetária são combinações necessárias para que um patamar mínimo econômico continue a existir.
A monetização dos gastos públicos e as transferências através de programas de renda mínima é que garantirão a sustentação pelos próximos 40 dias.
Secretaria do Trabalho/Ministério da Economia.