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CLAREZA E PRAZOS NA CONJUNTURA DO ISOLAMENTO
Elton Eustáquio Casagrande – economista.
As temáticas sobre gestão na crise só crescem! São centenas de milhares de oportunidades para aprender um pouco mais sobre o que fazer em conjuntura de isolamento através de vídeos, cursos e ações que a mídia em geral faz circular. Tudo isso dirigido ao indivíduo.
De fato vivemos na cultura do excesso. Excesso do consumo acima da necessidade como forma de expressão de poder; excesso de produção científica sem tanta inovação como parece existir; excesso na busca por novos espaços etc.
Os excessos tornam-se mais visíveis em épocas de escassez! Para manter o que havia disponível no dia de ontem, os indivíduos e instituições buscam ofertar mais e se desgastam!
No livro Mauá: o empresário do império existe um longo ensinamento sobre capacidade empresarial, busca por conhecimento, a importância da liderança e as formas de lidar com situações favoráveis e desfavoráveis. Em primeiro lugar, Mauá buscava de forma incessante realizar seus sonhos de transformação da realidade nacional! O personagem histórico não se conduzia para saciar suas necessidades sensoriais!
Em épocas favoráveis os projetos eram executados em função do trabalho pregresso em busca por oportunidades. Aprende-se então que só existe a chance de se criar oportunidade se o indivíduo reservar um tempo solitário a si mesmo para pressentir um pouco suas ações futuras.
No entendimento de Mauá não havia como criar sobre rotinas. As rotinas consumem o tempo e a energia criativa. Aprende-se como isso que rotinas são feitas para dar estabilidade a qualquer ato produtivo.
Em épocas desfavoráveis o Barão de Mauá criava uma rotina de trabalho para gerenciar perdas! Esse é um aprendizado importante para qualquer indivíduo: deve se gerenciar tanto ganhos quanto perdas com o mesmo ânimo!
Nas crises, Mauá revisava suas crenças e caminhos antes ignorados para encontrar uma perspectiva para o insucesso e criar novas oportunidades. Mas seu movimento incluía a ação política.
Ao seguir o exemplo de Mauá, a classe produtiva empresarial poderia agir em consonância com os interesses nacionais. Com isso a proposição de um movimento político para a impressão de moeda, distribuída pela transferência de renda de forma mais ampla, a monetização da dívida pública e migração do Orçamento do Fundo Eleitoral para o Orçamento da Saúde, criariam um ato solidário de grande amplitude.
A monetização colaboraria para que Bancos mantivessem a intermediação financeira em um grau maior do que estão praticando. Com a legislação do Estado de Calamidade, talvez entre na pauta do Governo como tornar compulsório os empréstimos e o refinanciamento de dívidas dos indivíduos e das empresas. O fortalecimento do SUS favoreceria a etapa futura quanto ao isolamento.
Em termos de cenário, julga-se importante alertar que os empresários devem se preparar para as próximas oito semanas na busca da gestão do momento difícil e se organizar para uma razoável reinvenção.