O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic, conhecida como a taxa básica de juros que serve de referência para os empréstimos tanto ao consumidor quanto ao setor empresarial. A medida, anunciada recentemente, reflete a estratégia de controle da inflação, que tem como meta anual 3%, conforme o novo regime adotado desde janeiro de 2025. Agora, a inflação é avaliada com base nos últimos 12 meses, permitindo ao Banco Central monitorar mensalmente se o índice está convergindo para o objetivo estipulado. Diante de pressões inflacionárias, a resposta foi o aumento da Selic, uma ferramenta essencial da política monetária para ajustar os níveis de preços.
Um levantamento realizado pelo Núcleo Econômico da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (ACISC) analisou os impactos dessa decisão. Para os consumidores, o encarecimento dos financiamentos é uma das principais consequências. "Haverá um aumento no custo de novos contratos e, em alguns casos, uma redução nos prazos de financiamento, especialmente para bens duráveis como eletrodomésticos e veículos", explica o economista Elton Casagrande, integrante do Núcleo Econômico da ACISC. Essa mudança pode limitar o poder de compra das famílias, afetando diretamente o consumo.
Já para as empresas, o cenário também se torna mais desafiador. O custo de capital de giro, o financiamento de folha de pagamento e os empréstimos para aquisição de equipamentos industriais tendem a subir. Além disso, o comércio varejista enfrenta um impacto significativo no custo financeiro dos estoques. "Matérias-primas e produtos acabados parados representam um custo maior para as empresas, que pode ser repassado ao preço final como forma de sustentar a operação", destaca Casagrande. Esse efeito em cascata pode pressionar ainda mais os preços ao consumidor.
A presidente da ACISC, Ivone Zanquim, comenta que o aumento da Selic exige adaptação do setor empresarial. "É um momento de cautela. As empresas precisam rever seus planejamentos financeiros e buscar alternativas para minimizar os impactos, como negociar prazos com fornecedores ou ajustar estoques", afirma. Segundo ela, a entidade está atenta aos desdobramentos e pronta para orientar os associados. O levantamento do Núcleo Econômico da ACISC reforça a necessidade de estratégias para enfrentar o cenário de juros mais altos, que afeta tanto o bolso dos consumidores quanto a saúde financeira das empresas.